11 de julho de 2008

RAGE AGAINST THE MACHINE NO FESTIVAL "ALIVE!" - Review

O festival Optimus Alive! teve no seu primeiro dia a presença de uma das bandas que, pode-se dizer, já deixou a sua marca na história da música moderna: os Rage Against The Machine. Perante uma audiência de várias dezenas de milhar de pessoas, que esgotaram todas as bancas de comes e bebes, a tourneé de regresso do grupo passou, felizmente, pelo nosso País.

Ao som sirenes, Zack la Rocha, Tom Morello e companhia entram a todo ogás com "Testify" e instala-se a desordem na plateia. o reboliço continua nos temas subsequentes, "Bulls On Parade", "People Of The Sun", "Bombtrack" e "Know Your Enemy". A parte tema de "Bullet In The Head" é um leve momento de acalmia para depois entrar de novo na parte final quase em hardcore. O concerto prossegue em regime de quase colectânea de sucessos, tal é a quantidade de temas conhecidos do grupo e entoados pela multidão, mesmo sendo em registo rap. É assombroso observar in loco a forma como Morello executa os seus devaneios experimentalistas na guitarra. O vocalista, por seu lado, continua a destilar raiva e contestação, em postura provocante, introduzindo discursos novos em vários temas, enquanto que a sessão rítmica mantém a cadência sem falhas.

"Sleep now In The Fire" é apresentado numa nova versão, mais longa com pormenores novos na guitarra. Na parte final do tema, Zack muda a letra para «don't sleep now in the fire". Pouco depois, o apoiante do movimento zapatista e adepto de Che Guevara, confessa ao público a sua admiração por José Saramago, como se sabe um intelectual conotado com a esquerda. Com "Guerrilla Radio", recebida em apoteose, os Rage abandonam o palco pela primeria vez. O encore foi preenchido com uma versão bem extensa de "Freedom" e com o inevitável "Killing In The Name Of" que pôs aos saltos toda a gente no recinto.

Depois de uma aventura pelos domínios do mainstream noutros projectos, nomeadamente os Audioslave, estes músicos voltaram ao que sabem fazer melhor, que é o som provocador e arrojado dos Rage Agaist The Machine, que influenciou inúmeras bandas da última década e meia sem conseguirem ser, de facto, superados. Resta saber se há vida para além desta tourneé de reunião, tendo em conta que a fórmula específica da música deste grupo só se mantém interessante se "refrescada" regularmente.
Uma palavra ainda para o excelente concerto que os The Hives efectuaram momentos antes do quarteto de L.A., entre outros intérpretes presentes no Festival.

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