Por Jorge Blanch
Encontramo-nos em 1985, Misplaced Childhood é o álbum que catapulta os Marillion para o estrelato. Depois de dois bem sucedidos álbuns iniciais, Script for a Jester’s Tear e Fugazi, a banda britânica decide fazer um álbum conceptual, muito em voga nos anos 70.
Como álbum conceptual é assim constituído por vários “momentos”, e não por várias canções, para ser mais rigoroso. Assim sendo, é um álbum que faz jus, por inteiro, á sua audição ininterrupta desde o primeiro ao último tema.
Misplaced Childhood tem a particularidade de constituir uma verdadeira banda sonora para a narrativa do vocalista e letrista escocês Fish.
Encontramo-nos em 1985, Misplaced Childhood é o álbum que catapulta os Marillion para o estrelato. Depois de dois bem sucedidos álbuns iniciais, Script for a Jester’s Tear e Fugazi, a banda britânica decide fazer um álbum conceptual, muito em voga nos anos 70.
Como álbum conceptual é assim constituído por vários “momentos”, e não por várias canções, para ser mais rigoroso. Assim sendo, é um álbum que faz jus, por inteiro, á sua audição ininterrupta desde o primeiro ao último tema.
Misplaced Childhood tem a particularidade de constituir uma verdadeira banda sonora para a narrativa do vocalista e letrista escocês Fish.
Fish decidiu fazer com este álbum uma retrospectiva do seu passado e reflectir nas letras uma mensagem de esperança, encarnando uma figura de uma criança, ingénua, pura e apaixonada, contrastante com o sentimento de desilusão e perda bem patentes nos dois anteriores álbuns de originais.
Mais uma vez, essa vertente lírica é extraordinariamente retratada na capa do disco pelo desenhador Mark Wilkinson.
É, no entanto, na simbiose perfeita do conceito narrativo e correspondente interpretação vocal, em simultâneo com o virtuosismo dos quatro músicos, Steve Rothery (soberbo guitarrista, no desfile de ambiências e solos singulares), o teclista Mark Kelly, o viola baixo Pete Trewavas e o baterista Ian Mosley, que este álbum surpreende.
Além disso, a banda demonstra com este 3º álbum uma maior maturidade e originalidade.
Em álbuns conceptuais nem sempre o resultado é bem conseguido, no entanto, com Misplaced Childhood isso é amplamente conseguido, passando pelo pop melódico dos êxitos Lavender ou Kayleigh, a sons mais hard rock, a sons sombrios e enigmáticos como Bitter Suite e Blind Curve, ou no melhor rock sinfónico com Heart of Lothian, ou Childhood’s End.
A gravação do disco foi efectuada em Berlim, e não o foi por acaso. A escolha foi feita pela banda em conjunto com o produtor Chris Kimsey, o ambiente boémio da cidade era um dos ingredientes que contribuiriam para criam o som e a ambiência que a banda pretendia.
A aclamação do álbum, editado em Junho de 85, depois de um inesquecível concerto no Restelo no mês de Maio, foi geral.
Não só, pelo já muito abrangente número de fans, mas pela crítica em geral (pelo menos a crítica objectiva e não preconceituosa…).
A popularidade da banda atingida foi de tal ordem que atingiria com este disco o nº 1 em diversos tops europeus e sul-americanos.
Há discos eternos, e este é um deles…
…25 anos depois podem passar modas, tendências, mas este disco soa sempre actual.
Imprescindível em qualquer discografia.