25 de outubro de 2008

THE CHEMICAL BROTHERS: A história

The Chemical Brothers é uma dupla de música eletrónica do Reino Unido composta por Tom Rowlands e Ed Simons (também chamados Chemical Ed e Chemical Tom). Inicialmente chamavam-se "The Dust Brothers", referência a uma dupla de produtores musicais que usavam o mesmo nome, mas devido à sua popularidade e possibilidade de retratações legais acabaram mudando seu nome em 1995. Junto com The Prodigy, Fatboy Slim, The Crystal Method e outros artistas, foram os pioneiros do break beat.
Em 1992, Rowlands e Simons começaram então a trabalhar como DJs, passando hip hop, techno e house. Após a escassez de material de hip hop para mixagens, passaram então a produzir suas próprias faixas. Utilizando um sistema Hitachi, um computador, um sampler e um teclado, gravaram "Song to the Siren", que foi lançado por sua própria editora. Enviaram a gravação para o DJ local Andrew Weatherall, que fez adaptações e relançou "Song to the Siren" em Maio de 1993.
No final de 1993, completaram o EP 14th Century Sky, que foi lançado em Janeiro do ano seguinte, contendo temas como "Chemical Beats", que marcou o som da banda e o estilo definido como break beat ou big beat. Este trabalho foi seguido por outro EP, "My Mercury Mouth", ainda em 1993.
Em Outubro de 1994 tornaram-se DJs residentes em clube influente de Londres, o Heavenly Sunday Social Club tendo sido convidados a remixar faxias de Manic Street Preachers e The Charlatans, além de "Jailbird" do Primal Scream e "Voodoo People" do The Prodigy.
Em março de 1995, a dupla começou sua primeira turnê internacional, que incluia os Estados Unidos e festivais pela Europa. Na mesma época o grupo Dust Brothers original ameaçou legalmente o grupo pelo uso indevido do nome, e então Rowlands e Simons decidiram mudar para "The Chemical Brothers". Em junho lançaram o quarto single, Leave Home, sendo o primeiro com a nova identidade.
Em Julho de 1995 a banda lançou seu álbum de estréia Exit Planet Dust, título esse inspirado pela mudança do nome. Entraram nas paradas do Reino Unido em nono lugar. O álbum acabou por vender mais de 1 milhão de cópias no Mundo e, logo após o seu lançamento, o grupo assinou contrato com a Virgin Records.
A faixa dos Chemical Brothers com participação nos vocais de Noel Gallagher, guitarrista da banda inglesa Oasis, "Setting Sun" foi lançada em outubro de 1996, chegando ao primeiro lugar do top de singles em vários países. Representantes legais dos Beatles entraram em contato com a banda para alegar plágio da canção "Tomorrow Never Knows", e a gravadora Virgin Records teve que contratar um especialista para provar que a canção não era plágio da obra psicadélica da década de 1960.
Em março de 1997 a dupla lançou nova faixa, "Block Rockin' Beats", que tornou-se primeiro lugar no Reino Unido, ganhando posteriormente um Grammy por melhor Rock Instrumental.
A 17 de Abril de 1997 foi lançado o segundo álbum, Dig Your Own Hole, gravado no estúdio da própria banda em Londres, e cujo título foi retirado de um graffiti na parede de fora do referido estúdio. Teve boa aceitação tanto pela crítica quanto comercialmente. A banda passou então a realizar tourneés intensivamente, particularmente nos Estados Unidos.
Em 1998 o grupo concentrou-se na tarefa de DJ, e em Setembro foi lançado o álbum de mixagens Brother's Gonna Work It Out, contendo faixais de artistas influentes no som da banda tais como Renegade Soundwave, Meat Beat Manifesto e Kenny 'Dope' Gonzales.
O terceiro álbum, Surrender, foi lançado oficialmente em Junho de 1999, contando com participações de Noel Gallagher, Jonathan Donahue dos Mercury Rev e Hope Sandoval dos Mazzy Star.  "Hey Boy, Hey Girl", mais orientado ao house, torna-se o grande hit da banda. Um dos destaques, "Out Of Control", tinha vocalizações de Bobby Gillespie dos Primal Scream e Bernard Sumner dos New Order, atingindo o primeiro lugar no Reino Unido. Outra faixa que recebeu bastante atenção foi "Let Forever Be", amplamente devido a seu videoclip inovador dirigido por Michel Gondry.
Em 2000 faziam tourneés com concertos gigantes, com canções "Out Of Control" e "Hey Boy, Hey Girl" recebidas em apoteose. Em Dezembro a banda faz também algumas primeiras parte de concertos de U2 em estádios. No ano seguinte começaram os trabalhos com o novo álbum, levando pouco a pouco as faixas a público, mesma estratégia utilizada nos álbuns anteriores. A dupla ainda remixou a faixa de Fatboy Slim "Song For Shelter", presente no álbum Halfway Between the Gutter and the Stars.
O álbum Come With Us,  lançado em Janeiro de 2002. Foi menos aceite que os anteriores, mas, ainda assim, alcançou o primeiro lugar do top no Reino Unido na primeira semana de lançamento, vendendo 100 mil cópias.
No final de 2002 começaram a trabalhar em novo material, incluindo "The Golden Path", uma colaboração com Wayne Coyne, vocalista e líder do The Flaming Lips incluída numa colectãnea do grupo.
Em 2004 os Chemical Brothers começaram a trabalhar em Push the Button, lançado em janeiro do ano seguinte. "Galvanize" foi o primeiro single, sucedido de "Believe" e "The Boxer". Tanto o álbum quanto "Galvanize" ganharam o Grammy em 2006.
We Are the Night, um álbum mais experimental, foi lançado em 2 de julho de 2007. Colaborações de outros músicos incluíram Klaxons (em "All Rights Reversed"), Midlake (em "The Pills Won't Help You Now"), Ali Love (em "Do It Again") e Willy Mason (em "Battle Scars").
Further é o último trabalho lançado em 2010 pelos The Chemical Brothers e representa um regresso á música de dança pura e dura, com batida techno e temas bastante extensos.

20 de outubro de 2008

Thievery Corporation ao vivo em Lisboa: REVOLUÇÃO EM FESTA

No passado dia 19 de Outubro o Coliseu dos Recreios encheu para receber os Thievery Corporation na sua primeira actuação na cidade de Lisboa, depois de várias presenças no nosso País em diversas ocasiões. E o mínimo que se pode dizer é que, na sua tourneé de 2008, a banda está na sua melhor forma de sempre, pelo menos no que toca a espectáculos ao vivo.Acompanhados por uma numerosa banda de apoio que incluía um baixista, um guitarrista/tocador de cítara, dois percussionistas, um trompetista, um saxofonista, uma balitarina de danças orientais e um assinalável numero vocalistas de ambos os sexos – o concerto alcançou momentos grandiosos de grande intensidade que contagiaram toda a plateia.
Depois do início com o instrumental "Mandala" - do último álbum “Rádio Retaliation” - os Thievery Corporation atacaram “Lebanese Blonde”, com a voz de Gunjab, gerando os primeiros fortes aplausos da plateia, mas foi com a entrada dos dois dub rappers Rootz e Sleepy Wonder que se agitaram decisivamente as hostes para nunca mais pararem. A cargo deles ficaram temas como “38.45 (A Thievery Number)”, “Vampites” (dedicado aos políticos que nos enganaram), entre outros. Pelo meio já tínhamos tido a iraniana Loulou a cantar “Shadows Of Ourselves”. A sensual Karina cantou “Hare Krsna”, em substituição de Seu Jorge, e “Exílio”, onde incentivou o público a trautear o refrão «la-la-la-laaa…». Emiliana Torrini esteve muito bem em "Heaven's Gonna Burn Your Eyes". Estas duas cantaram “El Pueblo Unido” com direito a tradução em português.
Todo o espectáculo era acompanhado por imagens projectadas no fundo do palco, ora coloridas e abstractas, ora remetendo para o imaginário da banda, surgindo o duo original recortado no ecrã como se fizessem parte do filme. A primeira saída do palco deu-se com a interpretação de “Assault On Babylon” com passagem para “Warning Shots” com todo o Coliseu em ritmo de dança tal era a energia transmitida pela música e pela atitude dos músicos em palco. Mas foi no encore, nomeadamente com “The Richest Man In Babylon” que o coliseu entrou em delírio com um dos vocalistas a fazer crowd surfing e um grupo de fãs a ser “deixado” entrar em palco para dançar com os músicos.
Os Thievery Corporation estão com um espectáculo admirável, rico e exótico (só faltam encantadores de serpentes) e onde a mensagem política, e também filosófica, tem muita força. É lógico que os temas em formato canção e vocalizados são os que têm mais destaque ao vivo, em prejuízo dos mais calmos que carecem de um ambiente mais recatado. Exemplo disto é o facto de que um dos momentos altos da noite, na opinião deste escriba, deu-se com “Illumination” uma (quase) instrumental onde as características místicas deste estilo musical afloraram, criando, juntamente com as imagens projectadas, um ambiente único e indescritível no recinto. Há que fazer opções e a própria dimensão cada vez maior dos concertos dos Thievery Corporation obriga a que tenham características mais enérgicas e efusivas, indo para domínios mais jam e orgânicos.Em todo o caso é uma garantia que os fãs têm de que o grupo está bem vivo e de boa saúde, pronto para acolher quem a ele se queira juntar nesta “revolução em festa”.
Nota: para ter uma ideia do concerto cá vão uns links:

3 de outubro de 2008

Discos: BURAKA SOM SISTEMA - "BLACK DIAMOND"

A música comentada neste Portal é, essencialmente, da área rock, mas, no fundo, pretende-se valorizar aqui tudo aquilo que é música de qualidade, independentemente do estilo. Esta intenção é tanto mais verdade quando se trata de música portuguesa.Por isso é com todo o gosto que fazemos aqui uma menção ao lançamento do primeiro álbum daquela que é capaz de ser a banda portuguesa do momento: os Buraka Som Sistema.
Após lançarem dois EPs, a banda edita agora “Black Diamond”. O som é uma mistura luxuriante de estilos tendo por base o Kuduro mas acrescentando diversos ritmos e sons ligados ao Hip Hop, ao Drum n’ Bass e a outras vertentes da música eletrónica.
Segundo o grupo, o novo disco assemelha-se a um autêntico mergulho pelos subúrbios do mundo. E é isso que se respira aqui: um caldo de cultura equivalente ao que se vive nas grandes urbes do nosso tempo.

E o que é mais admirável neste grupo, e que os faz maiores a nível mundial, é que o seu estilo é de facto a vanguarda no que diz respeito à música moderna que se faz hoje em dia. Se a vanguarda da música mainstream é feita pelos gigantes (a nível de vendas) Timbaland e cª, os Buraka Som Sistema fazem parte daqueles que já estão um passo mais à frente. E o mais fantástico é que o fazem baseando-se num estilo que tem tudo a ver com o local de onde vêm: o kuduro proveniente das antigas colónias africanas e popularizado em muitos subúrbios da grande Lisboa.

Para a história, aqui fica o alinhamento do disco:
01. Luanda/Lisboa - com DJ Znobia, 02. Sound of Kuduro - com M.I.A., DJ Znobia, Saborosa, Puto Prata, 03. Aqui para Vocês - com Deize Tigrona, 04. Kalemba (Wegue Wegue) - com Pongolove, 05. Kurum, 06. IC19, 07. Tiroza com Bruno M, 08. General, 09. New Africas pt. 1, 10. New Africas pt. 2, 11. Beef, 12. Black Diamond - com Virus Syndicate.

1 de outubro de 2008

DVDs: DAVID GILMOUR - "LIVE IN GDANSK"

"Live In Gdansk" é como se chama o mais recente lançamento de David Gilmour em DVD e CD. Gravado no dia 26 de Agosto de 2006 em Gdansk, na Polónia, para mais de 50 mil espectadores naquele que foi o último concerto da tourneé do álbum "On An Island" daquele músico. Gilmour e a sua banda foram acompanhados pela Polish Baltic Philarmonic Orchestra, ou seja, pela primeira vez, clássicos de foram acompanhados por uma orquestra. Produzido por David Gilmour e Phil Manzanera, o álbum tem ainda a última participação de Richard Wright, falecido recentemente.

Este DVD/Cd foi editado em vário formatos: 2 cds (apenas áudio), 2 cds e 1 DVD, 2 cds e 2 DVDs, 3 cds e 2 DVDs e 5 LPs.

O concerto inicia-se começa com quatro canções do ‘Dark Side of the Moon’, ‘Speak to me’, ‘Breathe’, ‘Time’ e ‘Breathe (Reprise)’ - passando em seguida para temas do mais recente álbum de estúdio de Gilmour, o belíssimo ‘On an Island’, bastante técnico e calmo, a roçar o ambiental.


A segunda parte já é inteiramente preenchida com clássicos de Pink Floyd, como ‘Shine On You Crazy Diamond’ e ‘Wish You Were Here’ do disco homónimo, ‘Fat Old Sun’ de ‘Atom Heart Mother’, ‘Echoes’ de ‘Meddley’, ‘A Great Day For Freedom’ e ‘High Hopes’ de ‘Division Bell’ (o último álbum de estúdio da carreira de Pink Floyd) ‘Astronomy Domine’ de ‘Piper at the Gates of Dawn’ e ‘Confortably Numb’ de classico ‘The Wall’, vocalizada por Richard Wright.

Pode-se dizer que é uma edição não só para fãs da carreira a solo de David Gilmour, mas também de Pink Floyd, tendo em conta que, apesar de não haver propriamente novidades, nunca o som destas músicas teve tanta qualidade, ainda por cima com o acompanhamento - sóbrio acrescente-se - de uma orquestra sinfónica.

Nota curiosa para a capa, onde aparecem umas gruas a rodear o palco numa alusão aos famosos (em termos históricos e políticos) estaleiros daquela cidade.