25 de junho de 2011

Os melhores álbuns de sempre: COCTEAU TWINS - «VICTORIALAND» (1985)

Certa música faz-nos alcançar tais sensações interiores que se podem de classificar de perfeitas, puras, primordiais, nos fazem celebrar a existência e o significado das coisas mais simples. É o caso da maior parte das composições dos Cocteau Twins e, neste particular, de um dos melhores álbuns de sempre: «Victorialand».
Quem conhece o grupo sabe do que se fala aqui: a voz angelical de Liz Frazer, muitas vezes em várias camadas, deambula por entre um mar de sons e melodias hipnóticas feitas praticamente apenas com guitarras eléctricas carregadas de efeitos.

Este disco está exactamente a meio da carreira do grupo escocês, terminada, até notícia em contrário, em 1996: entre as melodias sombrias e amarguradas dos primeiros anos e a luminosidade dos seus últimos discos. Outra nota importante é que este álbum distingue-se de muitos outros por não utilizar qualquer tipo de percussão. Este facto faz com que os pontos fortes do grupo venham ao de cima.

No entanto, o segredo deste álbum está no talento puro e natural dos elementos do grupo, com cada canção a constituir uma tonalidade para um quadro que se revela esplendoroso. Atente-se na capa, em como a imagem reproduz os tons vermelhos alaranjados de um pôr-do-sol tropical ou o crepitar de uma lareira reconfortante ou uma aurora a anunciar um dia solarengo. Logo ao primeiro tema, o álbum eleva-nos para locais escondidos na nossa mente e nos nossos sentidos como se estivéssemos a ouvir o cântico dos anjos ou o canto das sereias (como tão bem esta mesma intérprete faz no tema dos This Mortal Coil). Uma experiência única para viver em doses moderadas e escolhidas a dedo, porque assim ainda sabe melhor.

Menção especial para outros trabalhos belíssimos desta banda, que podiam estar aqui na lista dos melhores, como: «Treasure», «Tiny Dinamine/Echoes In a Shallow Bay» «Four Calendar Café» ou «Milk And Kisses».



10 de junho de 2011

Discos: FLEET FOXES - "HELPLESSNESS BLUES"

Os Fleet Foxes actuam no próximo dia 8 de Julho no Festival Alive.
Os Fleet Foxes acabam de editar o seu segundo álbum. "Helplessness Blues" representa um passo em frente na sempre difícil tarefa de suceder a um trabalho aclamado por todos os quadrantes, como foi o álbum homónimo de 2008. O novo disco continua a explorar os caminhos do folk pastoral neo-hippie, transportando-nos para cenários idílicos e mundos quiçás imaginários. Não representa asurpresa do trabalho de estreia mas apresentanos canções amadurecidas, com mais conteúdo instrumental e, em geral, mais ritmo que o álbum anterior. Assim pode-se dizer que temos banda: depois de um primeiro disco a roçar a genialidade, temos agora um álbum dentro do seu estilo próprio mas um pouco mais virado para os palcos, ou seja, a segunda metade da carreira de um grupo. Pela sua personalidade inconfundível e a sua imaginação prodigiosa, pode-se dizer que os Fleet Foxes se destacam no role de bandas actuais e podem daqui para afrente tocar muitos públicos apesar de ser de facto uma banda à parte de tudo o que costumamos ouvir.