20 de outubro de 2008

Thievery Corporation ao vivo em Lisboa: REVOLUÇÃO EM FESTA

No passado dia 19 de Outubro o Coliseu dos Recreios encheu para receber os Thievery Corporation na sua primeira actuação na cidade de Lisboa, depois de várias presenças no nosso País em diversas ocasiões. E o mínimo que se pode dizer é que, na sua tourneé de 2008, a banda está na sua melhor forma de sempre, pelo menos no que toca a espectáculos ao vivo.Acompanhados por uma numerosa banda de apoio que incluía um baixista, um guitarrista/tocador de cítara, dois percussionistas, um trompetista, um saxofonista, uma balitarina de danças orientais e um assinalável numero vocalistas de ambos os sexos – o concerto alcançou momentos grandiosos de grande intensidade que contagiaram toda a plateia.
Depois do início com o instrumental "Mandala" - do último álbum “Rádio Retaliation” - os Thievery Corporation atacaram “Lebanese Blonde”, com a voz de Gunjab, gerando os primeiros fortes aplausos da plateia, mas foi com a entrada dos dois dub rappers Rootz e Sleepy Wonder que se agitaram decisivamente as hostes para nunca mais pararem. A cargo deles ficaram temas como “38.45 (A Thievery Number)”, “Vampites” (dedicado aos políticos que nos enganaram), entre outros. Pelo meio já tínhamos tido a iraniana Loulou a cantar “Shadows Of Ourselves”. A sensual Karina cantou “Hare Krsna”, em substituição de Seu Jorge, e “Exílio”, onde incentivou o público a trautear o refrão «la-la-la-laaa…». Emiliana Torrini esteve muito bem em "Heaven's Gonna Burn Your Eyes". Estas duas cantaram “El Pueblo Unido” com direito a tradução em português.
Todo o espectáculo era acompanhado por imagens projectadas no fundo do palco, ora coloridas e abstractas, ora remetendo para o imaginário da banda, surgindo o duo original recortado no ecrã como se fizessem parte do filme. A primeira saída do palco deu-se com a interpretação de “Assault On Babylon” com passagem para “Warning Shots” com todo o Coliseu em ritmo de dança tal era a energia transmitida pela música e pela atitude dos músicos em palco. Mas foi no encore, nomeadamente com “The Richest Man In Babylon” que o coliseu entrou em delírio com um dos vocalistas a fazer crowd surfing e um grupo de fãs a ser “deixado” entrar em palco para dançar com os músicos.
Os Thievery Corporation estão com um espectáculo admirável, rico e exótico (só faltam encantadores de serpentes) e onde a mensagem política, e também filosófica, tem muita força. É lógico que os temas em formato canção e vocalizados são os que têm mais destaque ao vivo, em prejuízo dos mais calmos que carecem de um ambiente mais recatado. Exemplo disto é o facto de que um dos momentos altos da noite, na opinião deste escriba, deu-se com “Illumination” uma (quase) instrumental onde as características místicas deste estilo musical afloraram, criando, juntamente com as imagens projectadas, um ambiente único e indescritível no recinto. Há que fazer opções e a própria dimensão cada vez maior dos concertos dos Thievery Corporation obriga a que tenham características mais enérgicas e efusivas, indo para domínios mais jam e orgânicos.Em todo o caso é uma garantia que os fãs têm de que o grupo está bem vivo e de boa saúde, pronto para acolher quem a ele se queira juntar nesta “revolução em festa”.
Nota: para ter uma ideia do concerto cá vão uns links:

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