25 de outubro de 2011

Os melhores álbuns de sempre: MOONSPELL - "WOLFHEART" (1995)

Os Moonspell actuam no proximo dia 31 deOutubro na Incrível Almadense.
"Wolfheart" é o álbum de estreia da banda portuguesa Moonspell, lançado a 4 de Janeiro de 1995. Depois do criativo EP, embora extremo, "Under The Moonspell", os Moonspell apostam num trabalho influenciado pelo esoterismo, pelas lendas tradicionais e pelo mistério. Este imaginário traduz-se num conjunto de temas coerentes no seu conjunto mas que reflectem múltiplas influências: desde o gothic metal, black metal, hard rock e rock sinfónico. Essa mistura de referências produz, no entanto, um trabalho fresco e novo, algo que nunca tinah sido ouvido até ali. 

Um elemento fundamental do álbum é o folk metal, presente, sobretudo, em "Trebaruna" e "Ataegina" cantadas em português - lingua usada também no refrão de "Alma Mater" - mas também na pequena e deliciosa peça chamada "Lua de Inverno". O trabalho começa com o hino "Wofshade", talvez o tema mais pesado de todo o disco, avançando para "Love Crimes" e o seu refrão poderoso apimentado por uma bela voz feminina. Em seguida segue para o maravilhoso "Of Dream And Drama" (Midnight Ride). Mais à frente encontramos o inevitável "Vampiria" que narra a vertente romântica do história original de Drácula.

A canção "An Erotic Alchemy" é uma autêntica releitura de Sisters Of Mercy, inspirada e com citações de Marquês de Sade. Um dos melhores temas da banda entretanto (quase) esquecido. "Alma Mater", ao contrário, é o tema que os Moonspell interpretam sempre ao vivo, dedicado à "alma" e às raízes que, no caso deles, são Portugal.

Podiamos citar nesta rubrica o álbum "Irreligeous" por muitos considerado a obra prima da banda pela sua óptima colecção de canções, ou outro álbum mais recente como, por exemplo, "The Antidote". Apesar disso, a escolha recaiu em "Wolfheart" porque foi um álbum feito com muita "alma" - o que faz com que seja muito autêntico e criativo - e aquele que criou o imaginário de Moonspell, . Ao mesmo tempo, acaba por ser o álbum mais aberto (que não comercial) a outros estilos e, por isso, mais fácil de ser apreciado por qualquer ouvinte.

17 de outubro de 2011

The Mission ao vivo em Lisboa - Review

Artigo:Jorge Blanch
Foto: Rafalex

Os The Mission regressaram a Portugal para mais dois concertos, desta vez na Tourneé de comemoração do 25º aniversário da banda.
Para além da efeméride, e de isso implicar um revisitar dos principais temas da banda, existia igualmente o interesse extra de poder rever,para além do líder Wayne Hussey, o baixista e o guitarrista originais, CraigAdams e Simon Hinkler, respectivamente.
Em Lisboa, no passado Sábado, a presença massiva de públicoque lotou a sala TMN, mostrou o porquês da banda ter marcado uma geração.
O reconhecimento da banda por parte do nosso público ficou bem patenteado pela excelente recepção, entre outros temas, às "bandeiras" góticas, Wasteland, Severina, Naked and Savage ou Tower of Strenght, ou temas pop como o apoteótico Butterfly On A Wheel ou Like a Child Again (só com Wayne na guitarra numa versão acústica).
Contámos, no entanto, com um péssimo som da sala que impossibilitava a audição perceptível dos instrumentos, algo que não conseguiu minimizar o facto de estarmos na presença desta enorme e marcante banda e da autêntica celebração a que assistimos.

8 de outubro de 2011

Discos: MASTODON - "THE HUNTER"

Os Mastodon actuam no próximo dia 22 de Janeiro no Coliseu de Lisboa.
Considerado por várias listas como um dos melhores de 2011, o mais recente trabalho dos Mastodon é, mais uma vez, demonstrativo de uma criativdade e imaginação raros no panorama musical actual. Desta vez, os norte-americanos surpreendem fãs e crítica apresentando uma colecção de canções curtas de forte pendor psicadélico. Se o álbum anterior, "Crack The Skye", era dominado por longas composições em que os momentos mais mágicos ficavam diluidas, agora cad riff serve de mote para uma canção de duração média com métrica mais convencional. Desta forma, cada parte é apreciada por si ao constiuir um riff ou um refrão forte, sendo cada tema mais memorizável. No todo, é mais fácil ter a noção do talento do grupo.

O som mais metal parece algo posto de lado em prol de canções de sonoridade mais rock, mas com a personalidade e a admirável técnica dos Mastodon. Black Tongue, Curl Of The Burl, Dry Bone Valley, All The Heavy Lifting possuem nuances de 70's, stoner e de grunge mas a sua originalidade fá-las de outro campeonato.

Há espaço para temas mais estranhos, como Blasteroid ou Octopus Has No Friends, e a vertente imagética e psicadélica, que esteve sempre latente, aperece ainda mais acentuada, como nos espectaculares Stargasm, The Sparrow e no tema título. A intro de Creature Lives chega mesmo a conter uma citação propositada a Pink Floyd.

As vozes aparecem mais límpidas do que nunca com Brent Hinds (guitarrista) e Brann Dailor (baterista) em destaque, mas Troy Sanders (baixista e voz e principal) continua com os seus hurros de pirata em dia de tempestade. Bill Kelliher continua com a sua exclusividade à guitarra.

O facto das canções já não terem aquela estrutura progressiva e a falta de petardos de energia (como Blood and Thunder, Circle Of Cysquatch ou Crystal Skull) de outros álbuns podem ser para alguns, como este escriba, pontos em desfavor deste "The Hunter". Em todo o caso, esta nova aventura dos Mastodon revela que a banda continua excitante, cativante e a apostar na qualidade e profundidade da sua música, em contra-corrente ao que é, infelizmente, cada vez mais comum hoje em dia.