1 de março de 2012

Os melhores álbuns de sempre: DEVIN TOWNSEND - "ADDICTED" (2009)

À semelhança de outros casos na história da música, existe actualmente um músico de grande talento e genialidade que tem sido injustamente pouco reconhecido ao longo dos pouco mais de 10 anos da sua carreira: trata-se do canadiano Devin Townsend. Existem vários motivos, um é o facto do compromisso do músico com o metal mais poderoso a nível sonoro, um estilo tão apreciado por alguns quanto incompreendido por muitos, e que está para além do hard rock mais soft de outros correlegionários mais famosos como Vai ou Satriani. Outro factor poderá ser o humor particular de Devin Townsend que, apesar de original e intimamente ligado às suas composições, não deixa de ser olhado com desconfiança por alguns dos fãs de metal.
No entanto, o traço mais notável deste músico, tanto a solo como com a sua banda, os Strapping Young Lad, é o facto da sua música se caracterizar por uma extrema e frutuosa diversidade: desde metal a rock sinfónico e progressivo, até às sonoridades mais ambient/new age, sem esquecer os polvilhados de industrial, music hall e até de ópera-rock, cada trabalho é uma caixa de surpresas, mesmo mantendo a sua coerência e coesão.

 
Em "Addicted", Devin Townsend aposta em temas mais curtos, simples e directos, mais acessíveis sem prejudicar o talento da composição, contando com uma produção menos agressiva e ainda com a cereja em cima do bolo que é a fantástica participação da vocalista Anneke van Giersbergen (ex-Gathering, Aqua de Annique). Efectivamente, e ao contrário do que se poderia pensar, a voz da bela holandesa, que canta em boa parte das canções, assenta que nem uma luva nas composições de Townsend e vai ao encontro do rock de cariz enérgico e positivo que o músico pretendia para este trabalho. Canções como "Addicted", "Bend It Like Bender", "Hyperdrive", "Resolve", "Numbered", entre outras, são de uma positividade e modernidade que contrariam a ideia feita de que o metal é negativo ou barulhento. "In Ah" está na linha da melhor tradição de duetos de voz feminina/masculina, enquanto que a vertente sinfónica e orquestral é aflorada em temas como "Supercrush" e "Awake".
Numa época em que bastantes bandas e compositores se encontram em becos sem saída, Devin Townsend desbrava novos caminhos para seu som cuja génese é, no fundo, música com "M" grande e no sentido mais lato do termo.


1 comentário:

Tom disse...

Probably one of the most underrated musicians of the world.
What a blast!