6 de julho de 2008

FESTIVAL SUPER BOCK SUPER ROCK NO PORTO: Review

Realizou-se, no passados dias 4 e 5 de Julho, o 1º festival Super Bock Super Rock do Porto com vários pontos de interesse.
No primeiro dia, que decorreu sob alguma chuva, o destaque vai para o primeiro concerto dos Love and Rockets no nosso País, 24 anos depois do seu surgimento. Os 3 ex-Bauhaus deram um curto mas intenso concerto, extremamente bem executado, tanto a nível instrumental como vocal. Iniciando a actuação com uma muito apropriada "Ball Of Confusion", o concerto continuou com os temas mais inspirados da carreira da banda, que regressou recentemente ao activo depois de um longo hiato. A maior parte dos temas eram cantados pelos dois vocalistas, o guitarrista Daniel Ash e o baixista David J, em perfeita conjugação, produzindo um ambiente único que conseguiu conquistar a audiência, apesar de grande parte desconhecer a banda. Um dos fãs mais indefectíveis ostentava até um cartaz a pedir uma nova actuação do grupo na "Invicta". Inesperadamente, quando o concerto se encaminhava para o seu pico, o guitarrista anunciou que só dispunham de 5 minutos de concerto e arranca com uma inesperada e magnífica versão do clássico "Shoudl I Stay Or Should I Go" dos Clash. Faltaram muitas, mas já foi alguma coisa. Para a história, aqui fica o alinhamento: Ball Of Confusion, No Big Deal, It Could Be Sunshine, Dog Of A Day Gone By, Haunted When The Minutes Drag, No New Tale To Tell, An American Dream, Should I Stay Or Should I Go.
O ponto alto deste dia foram os ZZTop que, no seu estilo inconfundível e beneficiando de um bom som de palco, efectuaram um concerto muito competente. Não dispensado o seu visual característico - longas barbas e guitarras "almofadadas" - assim como as habituais coreografias, os veteranos arrancaram jmuitos aplausos com uma actuação que visitou os seus maiores clássicos mais ou menos antigos: de "Legs", a "Gimme All your Lovin'" passndo por "Got Me Under Preassure" (a primeira) e "Sharp Dressed Man". Não faltou até um estranho diálogo com uma moça que entrou no palco apresentando-se como a professora de português dos ZZTop (??!!).
O encerramento desta noite foi para os Xutos & Pontapés que se apresentaram com o Grupo de Metais do Hot Club. Para além da nova roupagem de alguns clássicos, foram ouvidos temas como os menos habituais "Gritos Mudos ", "Fim de Semana", "Esta Cidade" entre outros.
Neste dia ainda actuaram, David Fonseca, numa actuação muito competente e bem recebida, e os Profilers.

No segundo dia, o destaque foi todo para os Jamiroquai. Logo no início do concerto via-se que muitos foram ao festival especialmente por esta banda. O arranque foi com o mexido "Kids" do 1º álbum, em que se notou, desde logo, o excelente som de palco dando uma dimensão mais potente às músicas. Seguiram-se "High Times", com imagens da carreira da banda nos ecrãs, e "Seven Days In June", entoado em uníssono. Em "Space Cowboy" os slaps do baixista quase que rebentavam com as colunas numa das partes mais dançantes do concerto. A voz de Jay Kay estava mostra-se em bom nível e, apesar da pouca comunicação com o público (se exceptuarmos um "ora viva!"), a qualidade do alinhamento e a presença corporal do vocalista mantiveram a química com audiência em alta. O facto de alguns temas estarem bastante diferentes da sua gravação em disco, havendo muito espaço para o improviso, foi um atractivo extra do concerto permitindo observar os excelentes músicos (e coro) de que a banda dispõe. Exemplo disso foi a versão de "Traveling Without Moving". A parte final em crescendo com "Runaway", "Cosmic Girl" e "Love Foolosophy"(numa versão muito diferente) arrasou a audiência ficando o inevitável "Deeper Underground" para o encore. No final, ficou a impressão que só falta um regresso com um grande sucesso (o último de originais já é de 2005) para os Jamiroquai passarem a fazer parte da primeira divisão das grandes estrelas mundiais da música (daquelas que enchem estádios), se é que já não são.
Neste dia, releve-se também a actuação dos Morcheeba, num registo calmo e psicadélico, com a nova vocalista, Manda, a estar ao nível nos temas antigos (a maior parte do alinhamento). "Moog Island", "Otherwise", "The Sea" (dedicada à protecção dos oceanos) foram alguns dos temas ouvidos com o guitarrista a mostrar todo a sua paleta de sons e efeitos, desde a cítara oriental a solos hendrixianos. Os temas mais enérgicos ficaram para o final como "Let Me See", "Be Yourself" e "Rome Wasn't Built In A Day", entremeados pelo exclente "Blindfold". Muito bom, a pedir concerto em nome próprio.
Neste dia ainda actuaram os Brand New Heavies (outro regresso), os Clã (muito aplaudidos), Paolo Nuttini (interessantes blues e sonsas baladas) e Jorge Palma (pareceu em forma...para quem gosta).
Segundo a organização, para o ano há mais. A ver vamos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Finalmente fiquei a saber o alinhamento do concerto dos Love and Rockets!Realmente foi muito pouco...mas quando os musicos têm que lutar contra o tempo...
RP