18 de março de 2009

"Priest Feast" no Pavilhão Atlântico: ALMAS NEGRAS

E Lisboa tremeu com a actuação de três pesos pesados da música moderna. Judas Priest, Megadeth e Testament actuaram ontem no Pavilhão Atlântico em Lisboa numa maratona de 4 horas e meia em que foram abanadas as estruturas daquele recinto Lisboeta.
Os Testament foram a primeira banda a subir ao palco, e de forma extremamente pontual tendo apanhado uma boa parte do público ainda fora do pavilhão. "Over The Wall" deu início às actividades e serviu para constatar que, infelizmente, o som estava longe de ser o ideal. O público, apesar de tudo, comprendeu o revés que não tinha a ver com directamente com o grupo e aderiu aplaudindo e cantando entusiasticamente os maiores êxitos da banda: "The New Order", "Souls Of Black", "Electric Crown", "Practice What You Preach", "More Than Meets The Eye", entre outros. Os músicos revelaram-se inexcedíveis, com destaque para os guitarristas Alex Scolnick e Eric Peterson e esse potento da bateria que dá pelo nome de Paul Bostaph. O concerto acabou com o poderoso tema título do último álbum - "The Formation of Damnation" que deixou a plateia em delírio. Ainda assim, uma actuação muitos furos abaixo da anterior que este grupo tinha dado em solo português (Cine-teatro de Corroios em 2006) pelo motivo atrás referido e também pelo curtíssimo tempo de actuação.
Com os Megadeth, a história foi outra. Ao som da intro de "Sleepwalker" Dave Mustaine e seus rapazes entram a matar para um concerto verdadeiramente arrasador. O som que saía das colunas estava claramente mais definido que o grupo anterior e os Megadeth aproveitaram para mostrarem que ainda são um dos melhores do mundo neste estilo. Logo ao segundo tema "Wake Up Dead" verificamos que as mudanças de elementos do grupo serviu para que este esteja, porventura, na sua melhor forma de sempre. O ritmo a que foram debitados os temas foi imparável, praticamente sem interrupções e recorrendo a passagens entre uma música e outra. O quarto tema, depois de um trio de temas totalmente desvairados, foi o mais calmo "A Tout Le Monde", executado com tal intensidade que não se notou nenhuma quebra na energia debitada do palco. Temas mais curtos como "Sweating Bullets" ou o inevitável "Symphony Of Destruction" serviram para preparar a audiência para o massacre final (no melhor sentido): "Hangar 18", "Peace Sells" e "Holy Wars", interpretadas na perfeição. Assombroso!
Os Judas Priest eram os anfitriões da noite, a iniciativa da digressão foi deles e eram eles os cabeças de cartaz, e fizeram o que sabem fazer melhor: heavy metal clássico, solos exuberantes, profusão de luzes e um magnífico cenário. Rob Halford teatralizou diversos temas, ora vestido de monge, ora sentado num trono, ora desaparecendo por um alçapão ou então quando fez o seu número clássico entrando de Harley pelo palco. O cenário estava sumptuoso com uma tela relativa à bem conseguida capa do último álbum "Nostradamus" mudando depois para imagens e símbolos relativos à banda. "Breaking The Law" (entoado em coro pela audiência), "Painkiller" (o climax de qualquer concerto dos Priest) e "Another Thing Coming" (a encerrar) foram os pontos altos do concerto. Com a criatividade "em velocidade cruzeiro", os Judas Priest dedicam-se essencialmente às tourneés que levam a "experiência" que são os seus concertos e os seus hinos de sempre aos seus fãs (um bocado à semelhança dos seus compatriotas Iron Maiden) e os seus fãs agradecem.

2 comentários:

Gabrihell disse...

dave mustaine continua a ser o maior critico e fundamenalista das politicas dos USA´s!!...o resto das bandas sáo só mais do mesmo...
eu estive lá...
http://sites.google.com/site/bsjheaddinners/Home

o site do pessoal dos anos 80 marcados pelo metal fabuloso que se fazia e nos influenciou de forma tão forte!

Afgane disse...

Vim até aqui através de um amigo e gostei do espaço que obviamente recomendarei. Quanto ao Fest... Testament são iguais a si próprios, o Dave e os Megadeth são amigos com quem já não estou há muito tempo, mas para além de excelentes pessoas, são grandes músicos e grandes profissionais. Os Priest conheci-os pessoalmente há bastante tempo atrás já na fase em que Halford saíra para o seu projecto a solo. O KK e eu passámos longo tempo a trocar conhecimentos sobre guitarras e pickups entre outras coisas, ficámos em contacto. O Rob Halford conhecio meses mais tarde por ocasião da promoção do seu primeiro disco como Halford. Fomos ter com ele, eu e o Cameraman Metálico, ao hotel e foi engraçado porque falámos durante o pequeno-almoço. Para mim os Priest tal com Purple, Zeppelin Peter Frampton e Scorpions entre muitos outros fizeram parte do meu crescimento enquanto pessoa e como guitarrista. Para minha felicidade conheci-os a todos pessoalmente e fiquei amigo de alguns com os quais me mantenho em contacto permanente. Venham mais textos