18 de agosto de 2010

Discos: NEVERMORE - "THE OBSIDIAN CONSPIRACY"

Depois de uma paragem de 4 anos, e decorridos 5 anos desde o seu último álbum de originais, os Nevermore estão de volta. Considerada uma das bandas mais representativas do metal no sentido mais puro do termo, os Nevermore caracterizam-se por fazer uma síntese perfeita entre o estilo mais melódico do heavy tradicional com o poder do thrash e o groove do metal dos 90s/ 2000s. Tudo condimentado com uns pozinhos de progressivo e daquela gótica atmosfera enigmática.
"The Obsidian Conspiracy" acaba por ser um álbum representativo do que são os Nevermore, em jeito de apresentação aos desconhecedores e de lembrete aos que já os conhecem. É um passo à frente em relação ao resto da sua discografia, tem elementos inovadores, mas é, acima de tudo, um álbum "à Nevermore": a voz única de Warrel Dane, os riffs complexos de Jeff Loomis e a máquina imparável que é a sessão rítmica.



Logo as três primeiras canções do disco são de arrasar. Embora não sendo o mais pesado ou rápido que a banda já fez, mas são 3 excelentes temas metal. "Your Poison Throne" está destinada a ser um dos momentos altos dos seus concertos, com as palavras de ordem do refrão a pedirem ideal para ser entoadas pelas massas. O primeiro momento mais experimental do disco é "...And The Maiden Spoke", com efeitos de guitarra nunca utilizados por Loomis. "Emptiness Unobstructed" - o primeiro single - é capaz de ser o tema mais comercial que os Nevermore já fizeram, o que tem desculpa para um grupo que semre foi sub-valorizado para a sua qualidade intrinseca. É uma excelente canção rock de fazer inveja a muitos novatos. "Without Morals" é a típica canção de Nevermore, outro clássico. O álbum contém também partes mais calmas, como é habitual nos trabalhos destes norte-americano, das quais se destaca a maravilhosa versão de Crystal Ship, um dos temas mais belos The Doors. Uma das grandes surpresas do disco é o tema "Temptation", uma versão dos Tea Party, com um leve travo funk metal e um refrão forte que eleva o original para um patamar superior.
Os Nevermore regressaram em força, com os traços de personalidade bem vincados, com um disco pejado de temas talentosos dentro dos parâmetros do metal, mas com uma técnica e uma inspiração raras em muitas bandas deste estilo.

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