10 de janeiro de 2011

Os melhores álbuns de sempre: LOVE AND ROCKETS – «THE SEVENTH DREAM OF A TEENAGE HEAVEN» (1985)/ «EXPRESS» (1986)

Nesta rubrica de "Os melhores álbuns de sempre", vou falar aqui de dois discos que na verdade funcionam como um. O primeiro mais intimista, misterioso, inebriante, uma autêntica “trip” alugionogénica em forma de música. O segundo, é a continuação dessa viagem elevada a um patamar de maior intensidade e energia.

Depois do demantelamento dos Bauhaus em 1983, volvidos apenas 5 anos e 4 álbuns de originais, formaram-se os Love and Rockets constituídos por: Daniel Ash (voz e guitarra), David Jay (voz e baixo) e Kevin Haskins (bateria).

“If There’s A Heaven Above” é um início perfeito para o primeiro álbum da banda (de 1985) a fazer lembrar uma espécie de Pink Floyd (fase psicadélica) modernizados. “Private Future” prossegue com o tom intimista do álbum. A viola de 12 cordas de Ash e os coros celestiais dos dois vocalistas são a imagem de marca do disco. “Dog Of A Day Gone-By” é uma muralha de guitarras e tambores a sustentar os coros em êxtase. Já “The Game” é opressivo e obscuro. O tema título, «The Seventh Dream Of A Teenage Heaven», remete para as profundezas dos mistérios da existência. «Saudade» é o final perfeito, um soberbo tema instrumental que só podia ter esta palavra portuguesa como título.

“Express”, gravado um ano depois, inicia-se com o experimental “Angels and Devils” para em seguida entrarmos em “It Could Be Sunshine”, enérgico e intenso, polvilhado de sons e efeitos electrónicos que, de resto, são uma constante em todo o álbum fornecendo um elemento “psicadélico” a todos os temas. A cada audição há um novo pormenor a descobrir. “Kundalini Express” é o hino da banda com a letra a apelar à união dos seres e às filosofias orientais . “All In My Mind” tem um dos refrões mais contagiantes de todos os tempos. “Life In Laralay” é uma homenagem ao riff puro e duro. “Ball Of Confusion” é uma versão totalmente tranformada de um tema obscuro de Ike & Tina Turner. “Holiday On The Moon” é uma espiral em crescendo, com um começo simples e acabando num autêntico remoinho de sons. “Yin And Yang” é mais outro tema que revela a atracção da banda pelo oriente. “Love Me”, outra grande canção em que os arranjos, em conjugação com a voz, arrepiam literalmente. A versão slow de “All In My Mind” revisita o lado calmo do primeiro disco e “An American Dream” é um épico lindíssimo, dirigido ao mais íntimo de cada ser, aos seus sonhos e sentimentos.
No fundo, é essa a sensação que fica depois ouvir este conjunto de canções espalhadas pelos dois álbuns: mensagens de vida sussuradas a todos sentidos.
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