20 de dezembro de 2009

Os melhores álbuns de sempre: THE LAST SHADOW PUPPETS - "THE AGE OF UNDERSTATMENT" (2008)

O cantor da banda Arctic Monkeys, Alex Turner, formou, juntamente com o então cantor da banda The Rascals, Miles Kane, os The Last Shadow Puppets que lançam o álbum The Age Of The Understatement a 21 de Abril de 2008. Uma semana após o seu lançamento, o álbum já ocupava a primeira posição como o mais vendido no Reino Unido. A banda chegou a ser indicada ao Mercury Prize, o prémio que nomeia o melhor álbum britânico no ano.
O álbum é curto, com canções igualmente concisas e diretas, e não tem rasgos técnicos extraordinários. Mas o que é certo é que a mistura de rock'n'roll romântico, inspirado nos anos 50 início de 60, misturado com os admiráveis arranjos de James Ford, dos Simian Mobile Disco, cria uma atmosfera única que nos conquista de cada vez que se ouve este trabalho.
Efetivamente, a orquestralidade à John Barry assenta que nem uma luva nas composições da dupla e transporta-no para um cenário cinematográfico, um mundo de sonho e de aventuras. Ao mesmo tempo o álbum é bastante enérgico - fruto da juventude e da origem musical dos integrantes do projeto - não se deixando enredar pelo baixo ritmo do estilo musical em que se inspira.
Pelo seu som único e pelo carácter refrescante, este álbum merece figurar nesta rubrica de "Os melhores álbuns de sempre".
Apesar de oficialmente os The Last Shadom Puppets serem um projeto de um só álbum, os seus membros têm admitido recentemente fazer um novo disco. A ver vamos.

9 de dezembro de 2009

Prodigy no pavilhão Atlântico: EUFORIA ELECTRO PUNK

Os The Prodigy actuaram no nosso país no passado dia 7 de Dezembro. Uma audiência em histeria colectiva preencheu pouco mais que metade do pavilhão Atlântico, em Lisboa, mostrando que a banda já tem uma legião fiel, e louca, de fãs em Portugal.
Na primeira parte tivemos um dos projectos mais originais que surgiram no Reino Unido nos últimos anos. Os Enter Shikari oferceram ao público três quartos de hora da sua curiosa mistura de emo-core e electrónica, numa actuação que respirou energia e originalidade. Mostrando músicas do seu primeiro álbum, destacou-se principalmente o trabalho do guitarrista e a inovação das canções. Se aprofundarem a sua veia mais experimental e não derivarem para o rock mais banal, de certeza que vai se ouvir falar muito neles.
Depois tivemos um dj set de um convidado dos Prodigy que apostou no tipo de música que mandava nessa noite: o rock misturado com a dança. Depois de uma longa espera, cai o pano e os Prodigy entram no meio de fumo e focos a contra-luz. "World's On Fire" dava o mote para o que se sguiria: energia a rodos com os dois vocalistas - Maxim e Keith Flint - imparáveis e o som altamente nítido e poderoso. O cenário encontra-se repleto de luzes de várias formas e cores que mudam conforme o tema. O guitarrista e baterista que acompanham o grupo providenciam uma dose extra de energia em palco, apesar de estarem em regime semi-karaoke já que o grosso do som que sai das colunas é proporcionado pelo mago dos teclados, Liam Howlet, o grande criativo e líder do grupo.
Se o início já tinha sido esfusiante, com a segunda música provoca novo momento de euforia:"Breathe" põe toda agente ao pulos. "Omen" foi muito bem recebido e entoado por muitos dos presentes, bem como "Poison", com muitas partes diferente em relação à gravação original embora tenha sido dos temas que careceu de melhor som. As alterações ou melhorias de arranjos de temas antigos foi uma contante e tudo para melhor. Com "Warrior's Dance" o público entra de novo em ebulição com o tema a soar muito mais pesado do que em disco. Aliás as músicas do último álbum soam bem melhores ao vivo. A seguir veio a melhor parte do concerto com "Firestarter", numa versão próxima do original ao contrário de outros concertos, encadeada com "Run With The Wolves" com Keith Flint, que recuperou o seu penteado mais popular, naturalmente em destaque. "Voodoo People" surge com um intermezzo rock a acentuar o estilo mais agreste dos Prodigy actuais.
O sensaboroso tema título do último trabalho surgiu numa abordagem totalmente diferente com Maxim a intercalar vocalizações com gritos de incentivo ao público, e depois, sem paragens, inicia-se "Diesel Power" que agora beneficia de uma ladainha tipo celta a encher mais o tema. Em "Smack My Bitch Up", Maxim incentiva os presentes a agacharem-se para saltarem no momento do refrão e foi neste clima que o grupo abandona o palco por breves instantes. Não demoraram muito até voltarem com "Take Me To The Hospital", outra do último muito bem recebida, "Out Of Space" e "No Good". Para o fim executaram o saudoso "Their Law", com os seus graves a abanar as estruturas do recinto.

O concerto pecou por escasso o que se insere no espírito "curto e directo" da banda mas que sabe a pouco tendo em conta a extensa discografia da banda. Ou seja, um verdadeiro concerto raw, como o grupo gosta de dizer, em que o estatuto de música de dança ou de djeeing se encontra bastante diluído. Numa altura em que já não são "A" banda da moda, os Prodigy acabam mesmo assim por garantir um espectáculo bombástico, único e personalizado, mostrando ser os dignos representantes da música electrónica-dance no grupo das maiores bandas globais.